30 novembro 2010

Todos são iguais perante Deus! É?... e entre nós?



                Só se for perante Ele, porque entre nós a coisa é bem diferente. Vivemos em um mundo competitivo. Estamos a todo o momento tendo que provar para Deus e para o mundo que somos melhores. Seja ao procurar emprego, nas salas de aula, nas competições esportivas, no convívio social. O celular tem que ser o melhor, meu carro tem que ser o melhor (de preferência maior), meu pênis, meus seios, minha bunda. Tudo, tudo tem quer ser melhor e/ou/ maior, o que determina o tamanho, é o poder. Se ter o menor celular significa ter mais dinheiro, mais status, então menor é melhor. E por aí vai. Isto é o que aprendemos o tempo inteiro. E quem é que gosta de se sentir inferior? Quem é que gosta de se sentir humilhado, mesmo que você não queira, você vai se sentir! Afinal foi assim que você foi criado. Seja o melhor! Seja o maior!! Sempre! Uma criança quando vê que a outra tem aquele brinquedo que passou naquele comercial, que é muito caro, mais que a propagando insiste em fazê-la pedir aos seus pais que compre (de várias formas) várias vezes por dia, mas seus pais estão com orçamento apertado naquele mês ou por que não tem dinheiro mesmo. E diz  àquela criança que não dá pra comprar, explicando-lhe os motivos. Na mesma hora em que ela vê a outra criança com aquele brinquedo que ela e todas as outras queriam... ela se sente inferior, mas por quê? Porque foi habituada a se sentir assim. Desde muito pequena. As próprias crianças, aquelas que receberam o brinquedo tão querido, se encarregam de mostrar a sua superioridade, do tipo: eu tenho você não tem. Não tem por onde nem pra onde fugir. No reino animal é assim, os superiores comem os inferiores, nós não somos muito diferentes. Não adianta tentarmos esconder essa realidade. A frase ninguém é melhor do que ninguém, não nos cabe. Não tenha dúvida. Existirá  sempre alguém melhor que você em alguma área. Ou por que é mais inteligente, mais bonito, tem um emprego melhor, um carro melhor, parece besteira ,  mais é verdade. Aquele carro lhe confere um status que você não tem. Não importa o que ele fez pra conseguir aquele carro, é essa a mensagem que você assimila: ele/ela é melhor do que eu e ponto. Indepedente de valores morais, mas mesmo nesse campo existe superioridade, ou você não sente inferior a uma Madre Tereza de Caucutá? A um Mahatma Gahndi, Buda, Jesus Cristo?.Pois é.
          Existe um livro chamado O MONGE E O EXECUTIVO que diz: chegar atarasado passa um idéia de que seu tempo é mais vailoso que o meu. Isso coloca a pessoa que atrasou numa posição de superioridade e que isso causa má impressão, pois é essa a mensagem que você estará passando. Aí eu pergunto, e daí? Qual o problema? Passei a minha vida toda aprendendo a ser superior e agora, porque me atrasei, talvez até, por motivos mais inferiores possíveis do tipo: meu carro velho estragou no meio da avenida quando estava vindo para o trabalho. Ou fiquei na fila do hospital público 3 horas esperando para ser atendido. Ou dormi demais, por que ontem cheguei em casa depois da meia noite por que o trem lotado que eu pego pra voltar pra casa parou de funcionar e aí acabei dormindo demais, pois estava muito cansado. Mais aí o livro diz que a mensagem que você passa é: meu tempo é mais valioso que o seu. Sim, e  por que não? Meu tempo às vezes pode ser mais valioso que o seu e vice-versa. Sabe lá por qual motivo você se atrasou? De repente no momento em que você está se preparando para sair, algo inesperado acontece. Sua mulher está grávida com parto programado para daqui a 3 meses, mas naquele momento a bolsa estourou. Você pode até pensar em ligar pra desmarcar o encontro ou avisar na empresa que chegará mais tarde, mas este não será o seu primeiro impulso. E naquele momento seu tempo pode ser sim  mais valioso do que o meu. Aí você sai com seu carro e na esquina atropela o cirugião que iria fazer a cirugia de um paciente terminal... qual tempo é mais precioso naquele momento? O seu ou o do paciente que aguardava o médico cirurgião? Podemos citar vários exemplos em que uma situação denote que a importância ou o valor do tempo é subjetivo. E tem mais, se foi isso que eu aprendi o tempo todo, que o mundo é dos superiores, por que agora eu devo me sentir melindrado, envergonhado em dizer ou sentir ou passar a idéia de que meu tempo é superior ao seu ? É tão natural quanto querer dormir depois de um dia cansativo. 
           O que fazer então? O melhor caminho é aceitar que existem pessoas que em determinado setor, momento ou situação, podem ser melhores que você e ponto. Não é por isso que devemos nos achar ou sentir-se humilhados. É apenas a ordem natural das coisas. O livro ensina que para sermos líderes, é preciso servir. Este é o grande ensinamento do livro que inverte a ordem da pirâmide. Servir sem se sentir humilhado, servir sem se sentir inferior. A idéia que passamos de superioridade ao chegarmos atrasados ao um encontro ou ao trabalho, é apenas um erro de interpretação, é uma ilusão. Meu tempo pode ser mais valioso naquele momento, mas isso não me faz supeiror a ninguém. Nossa forma de educação é que nos leva a pensar ou sentir-se dessa maneira. É um livro que exalta o capitalismo num mundo globalizado. Nada mais competitivo.


Nilo dos Anjos




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