10 julho 2006

Não tenha pressa!

>"A vida é aquilo que acontece enquanto
> fazemos planos para o futuro"
>
>Texto escrito por um brasileiro que vive na
>Europa.
>"Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma
>empresa sueca.
>Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo,
>interessante.Qualquer projeto aqui demora 2 anos
>para se concretizar, mesmo que a idéia
>seja brilhante e simples. É regra.
>Então, nos processos globais, nós (brasileiros,
>americanos,australianos,asiáticos) ficamos
>aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade
>generalizada. Porém, nosso senso de urgência não
>surte qualquer efeito neste prazo.
>Os suecos discutem, discutem, fazem "n"
>reuniões, ponderações. E trabalham num esquema
>bem mais "slow down". O pior é constatar que, no
>final,acaba sempre dando certo no tempo deles com
>a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem
>pouco se perde aqui.
>E vejo assim:
>1. O país é do tamanho de São Paulo;
>2. O país tem 2 milhões de habitantes;
>3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000
>habitantes (compare com Curitiba, que tem 2
>milhões);
>4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania,
>Ericsson, Electrolux, ABB,Nokia, Nobel Biocare...
>Nada mal, não?
>5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores
>propulsores para os foguetes da NASA.
>Digo para os demais nestes nossos grupos globais:
>os suecos podem estar errados, mas são eles que
>pagam nossos salários.
>Entretanto, vale salientar que não conheço um
>povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura
>coletiva do que eles. Vou contar para vocês uma
>breve só para dar noção.
>A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos
>colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era
>setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na
>Volvo e ele estacionava o carro bem longe da
>porta de entrada (são 2.000 funcionários de
>carro). No primeiro dia não disse nada, no
>segundo,no terceiro... Depois, com um pouco mais
>de intimidade, numa manhã,perguntei:
>"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui?
>Notei que chegamos cedo,o estacionamento vazio e
>você deixa o carro lá no final." Ele me respondeu
>simples assim: "É que chegamos cedo,então temos
>tempo de caminhar -quem chegar mais tarde já vai
>estar atrasado, melhor que fique mais perto da
>porta. Você não acha?"
>Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na
>primeira. Deu pararever bastante os meus
>conceitos.
>Há um grande movimento na Europa hoje, chamado
>Slow Food. A Slow Food International Association
>- cujo símbolo é um caracol, tem sua base na
>Itália ( o site, é muito interessante.
> Veja-o! ). O que o movimento Slow Food prega é
>que as pessoas devem comer e beber
>devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu
>preparo, no convívio com a família, com
>amigos,sem pressa e com qualidade.
>A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast
>Food e o que ele representa como estilo de vida
>em que o americano endeusificou.
>A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow
>Food está servindo de base para um movimento mais
>amplo chamado Slow Europe como salientou a
>revista Business Week numa edição européia.
>A base de tudo está no questionamento
> da "pressa" e da "loucura"
>gerada pela globalização, pelo apelo à
> "quantidade do ter" em contraposição à qualidade
>de vida ou à "qualidade do ser".
>Segundo a Business Week, os trabalhadores
>franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas
>por semana ) são mais produtivos que seus
>colegas americanos ou ingleses.
>E os alemães, que em muitas empresas instituíram
>uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua
>produtividade crescer nada menos que 20%.
>Essa chamada "slow atitude" está chamando a
>atenção até dos americanos, apologistas do "Fast"
>(rápido) e do "Do it now" (faça já).
>Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa
>fazer menos, nem ter menor produtividade.
>
>Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com
>mais "qualidade" e"produtividade" com maior
>perfeição,atenção aos detalhes e com menos
>"stress".
>Significa retomar os valores da família, dos
>amigos, do tempo livre, dolazer, das pequenas
>comunidades, do "local", presente e concreto em
>contraposição ao "global" - indefinido e anônimo.
>Significa a retomada
>dos valores essenciais do ser humano,
>dos pequenos prazeres do cotidiano,
>da simplicidade de viver e conviver e até da
>religião e da fé.
>Significa um ambiente de trabalho
> menos coercitivo, mais alegre,mais
>"leve" e, portanto, mais produtivo
>onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o
>que sabem fazer de melhor.
>Gostaria de que você pensasse um
>pouco sobre isso...
>Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao
>longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição"
>não merecem novamente nossa atenção nestes tempos
>de desenfreada loucura?
> Será que nossas empresas não deveriam
>também pensar em programas sérios de
>"qualidade sem-pressa" até para aumentar a
>produtividade e qualidade de nossos produtos e
>serviços sem a necessária perda da "qualidade do
>ser"?
>No filme "Perfume de Mulher", há uma
>cena inesquecível, em que um personagem cego,
>vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e
>ela responde:
>"Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos
>minutos." "Mas em um momento se vive uma vida" -
>responde ele, conduzindo-a num passo de
>tango.
>E esta pequena cena é o momento mais bonito do
>filme.
>Algumas pessoas vivem correndo atrás
>do tempo, mas parece que só alcançam
>quando morrem enfartados, ou algo assim. Para
>outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos
>com o futuro e se esquecem de viver o presente,
>que é o único tempo que existe.
>Tempo todo mundo tem, por igual!
>Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia.
>A diferença é o que cada um faz do seu tempo.
>Precisamos saber aproveitar cada momento,porque,
>como disse:John Lennon,
>"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos
>planos para o futuro"...
> Parabéns por ter lido até o final!
>Muitos não lerão esta mensagem até o final,
>porque não podem"perder" o seu
>tempo neste mundo globalizado.
>Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar
>de curtir sua família.De
>ficar com a pessoa amada, ir pescar no
> fim de semana ou outras coisas...
>Poderá ser tarde demais!
>
> Saber aprender para sobreviver...
>

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