25 setembro 2007

Tropa de Elite


Assisti a versão pirata, sim eu sei, estou contribuindo para a propagação de mal feitores que se alastram pelo país, a começar por nossos governantes. Esta é a temática do filme, além de mostrar a corrupção policial, onde criminosos travestidos de policiais fomentam o tráfico de drogas com armas e munições entre outras falcatruas, que vão desde a receber propina do jogo do bicho até receber pagamentos de comerciantes por proteção. O filme também chama a atenção para a responsabilidade dos consumidores de drogas que, numa cena, vão a passeatas pedindo paz e em outra estão puxando um baseado sem se dar conta da sua contribuição para a manutenção deste ciclo que acaba gerando, entre outras coisas, mais violência. Muito evidente na cena em que uma patrulha do BOPE ataca um grupo e mata um rapaz e em seguida pergunta a um estudante, participante do grupo, quem o havia matado. Uma resposta que parecia óbvia é o mote para o policial, vivido por Wagner Moura, descarregar toda a sua indignação contra os usuários de drogas.
O filme nos deixa com uma sensação de mal estar e essa é a intenção. Uma sensação de insegurança e medo,como um órfão de pai e mãe. Nos coloca cara a cara com uma policia sucateada e vivendo de propina, feita para defender interesses, por parte de alguns integrantes, para obterem enriquecimento ilícito. E os bons policias que se encontram no meio acabam tendo que se subjugarem sob pena de sofrerem retaliações, que vão desde a uma mudança de seção de onde trabalham a negação de direitos trabalhistas ou dificuldades para exercer a profissão, até a morte. O filme mostra um ambiente corrompido e uma sociedade a mercê de bandidos e "policias". Nada de novo, mas impactante, por contar uma estória que é baseada em relatos reais e por mostrar a corrupção sob a ótica de um policial. Isso dá uma credibilidade arrasadora que assombra. Destaque para Wagner Moura que se empenhou em mostrar a vida de um policial do BOPE vivendo sob pressão contínua entre sua vida familiar e o inferno de sua profissão.

Nilo dos Anjos



Um comentário:

  1. Eu estou começando a não querer mais assistir filmes desse tipo...Só pra não apssar pelo tipo de tristeza que se passa vendo certas coisas... Acho que faz mais mal que bem...
    De qualquer forma, concordo contigo e gostei muito do texto.
    Um beijo, Nilo.
    Isa.

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